domingo, 10 de agosto de 2008

Dia dos Pais






Hoje é dia dos pais, recebi abraços, beijos, presentes e felicitações, gostei e como gostei.
O genro preparou o churrasco e junto com os outros pais da família, festejei, comi carne, bebi vinho, abracei as netas e o neto, enfim foi um belo domingo.
Voltei para casa, e depois de tantos comes e bebes é óbvio que a cama foi o meu destino para um pequeno descanso.
Agora, depois de levantar, ligar o computador, preparar massa para fazer pão para o lanche e começar a voltar à realidade deixei o pensamento flutuar e lembrei dos meus antecessores, meu avô JONES e meu pai ARMANDO, este ainda conosco na pujança mental de seus 88 anos.
Do avô as lembranças de cumplicidade nas bobagens que eu aprontava, embora problemas muito profundos o envolvessem e que só me foram dados a entender depois de muito tempo de vida. Era um avô na acepção da palavra, colo amigo, bolsos repletos de balas de leite ou chocolate comprados na PALMEIRA, em Belém do Pará,, que ele distribuía as mancheias.
No fim da tarde, a cadeira de balanço na porta da casa da Rua João Balbi, onde ele sentava acompanhado da vovó LEONOR, e da Dinda LEO para nos ver brincar e colocar a conversa em dia com os vizinhos. São estas as memórias que ficam de um avô, de sua bengala, de sua surdez e de seu carinho conosco.
Se maus tempos houveram há muito foram esquecidos, pois sua herança de vida determinou o caminho de todos que estavam sob sua responsabilidade.
Aí entra o meu pai, ARMANDO, Dr. ARMANDO, ARMANDÃO, austero, batalhador, estudioso, competente e sempre pronto para nos proteger, mesmo quando errávamos muito. Seus braços nos cercavam através dos braços da DALVINHA e em todos os momentos tínhamos a certeza que o amor materno vinha envolvido pela segurança da força paterna.
Hoje é dia dos pais, eu liguei para ele, conversamos e muito alegre me contou que havia mandado buscar queijos e frios na cervejaria para almoçar festivamente acompanhado de minha irmã Sônia (que foi encarregada de ir buscar o almoço) e de minha mãe que também estava muito faladoira.
Hoje é dia dos pais e eu estou pensando no meu pai, em tudo que me mostrou com seus exemplos, em tudo que não fiz par segui-los, é o mal dos filhos, achamos que os pais sempre exageram e hoje sinto em minhas filhas e em meus netos o que meu pai, com certeza. sentia em mim, quando não o ouvia.
Hoje é dia dos pais na realidade todos os dias são dia dos pais, das mães, dos avós, dos tios, dos irmãos, DA FAMÌLIA.
Hoje é dia dos pais e o repetir a frase aumenta a sensação de agradecimento, de carinho, de respeito e de amor, esta é a parte que adoça meu coração e me transporta para DEUS, pai de todos os pais, porque meu pai é, para mim, a substância divina, o eco da oração que não se perde jamais, a essência de tudo de bom que tenho dentro do meu ser.
Obrigado pai por ter me dado vida, aconchego, paz e bem estar.
Te amo

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Sheyla






Sheyla

Era branca que víamos os vasos sanguíneos, azuis, desenhados sob sua pele.
Outra flor chegava ao nosso jardim.
Buscar na memória nossas histórias de vida é árduo trabalho que ao se desenvolver fica prazeroso pela forma com que vemos o tempo que passou e como conseguimos construir vidas ao longo dele.
Mudamos de nossa cidade natal e Sheyla tinha pouco mais de um ano, foram dois dias de estrada com brincadeiras e arrumações para que tudo corresse bem até chegarmos ao nosso destino.
Na nova morada, cercados por amigos não foi difícil a adaptação e Sheylinha logo ficou famosa por sua irreverência e pelas frias em que nos metia, e não adiantavam as recomendações, bastava alguém dizer alguma coisa e ela nos colocava em “papos de aranha”.
Somada à irreverência ainda tinha o nariz em pé ficando zangada por qualquer coisinha que não fosse de seu agrado, nossa salvação estava na Conceição, o anjo da guarda dela que a cuidava e paparicava sendo muito querida e, quando nos deixou para se casar, Sheylinha foi convidada para levar as alianças, responsabilidade que assumiu totalmente não fosse, durante a cerimônia, o cansaço que a fez sentar no colo da noiva quando o padre fazia sua preleção.
Ela adora festas, até hoje, e um belo dia para entrar em uma reunião que havia na casa de nossos vizinhos pegou um colar da mãe, embrulhou e levou como presente para a aniversariante que percebendo a arte, esperou Ana Célia chegar e devolveu a peça confirmando que era artimanha de Sheyla para se empanturrar de doces.
De outra feita estávamos em casa quando resolvi acender a churrasqueira, Ana Célia estava cansada e me disse que não o fizesse pois logo teríamos os amigos em volta e ela não estava disposta a preparar complementos e outros quetais para atender a demanda. Eu disse que não se preocupasse pois manteria a porta da garagem fechada o que não adiantou muito pois logo começaram a chegar os amigos, Reinaldo, Ruy, Afonso e foi quando ele chegou que ela estava na garagem, não deu outra, abriu a boca e soltou “bem que a mamãe falou que a casa ia encher de gente”.
Participou dos "Colibris", grupo de patinadores da AABB de Brasília, fez curso para manequim e fez amigas, um grupo que até hoje se reúne e que é muito unido, até os filhos são quase da mesma idade.
Escrever sobre filhas é complicado porque o assunto é muito grande o que resultaria em livro de vários capítulos e não é esta a intenção. Lembrar para saudar, para agradecer, para fazê-las sentir a importância que cada uma tem em nossas vidas.
Sheylinha nos presenteou um casal de netos (gêmeos), que enfeitam, este termo é mal colocado, o certo seria, bagunçam, a casa dela e nossa de uma forma tão rápida e dinâmica que só se consegue por ordem quando se vão e aí, copiando de alguma leitura, “fica uma saudade cansada”.
São adoráveis. Obrigado filha.