quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Viagem


Outro dia saímos para passear e o caminho escolhido foi a Itália e de quebra, como sempre tive medo de andar de navio, por insistência de Ana Célia acabei concordando em esticar para um cruzeiro pelas ilhas gregas, incluindo-se Istambul e Kusadasi.
Saímos de Brasília pela TAP, aviões aparentemente novos, mas apertados para voos de mais de 13 horas, a gente chega ao destino sentindo falta de um monte de pedaços mas o esforço vale à pena, a sensação que se tem, de chegar em um lugar onde a história é viva e está em todos os lugares, é indescritível e fascinante.
Eu estava com os nervos a flor da pele pois boa parte do que programamos havia sido feita através da internet, trasnfer, reservas, aluguel de carro e eu, pensava: se naõ der certo! - deu. tudo funcionou como um relógio.
Brasília - Lisboa - Roma e aí estava o motorista do transfer, plaquinha na mão, meu nome escrito nela, foi um alivio. Nos levou ao hotel Mercure Roma Piazza Bologna, local tranquilo, perto de uma estação do metro, acomodações pequenas mas arrumadas, pessoal simpático e atencioso, muito bom.
Entramos no hotel, banho tomado e.. rua, começamos nossos 3 dias e meio na cidade eterna, tomamos o metro, e fomos em direção a Trastevere, só tempo para caminhar, tirar algumas fotos e achar um restaurante muito bonito em um pequeno espaço no Trastevere, nossa estadia em Roma começou com o pé direito, boa comida, bom vinho e boa companhia dos amigos que viajaram conosco.
Eunice e Paulinho, amigos e companheiros de muitas viagens fantásticas.

domingo, 10 de agosto de 2008

Dia dos Pais






Hoje é dia dos pais, recebi abraços, beijos, presentes e felicitações, gostei e como gostei.
O genro preparou o churrasco e junto com os outros pais da família, festejei, comi carne, bebi vinho, abracei as netas e o neto, enfim foi um belo domingo.
Voltei para casa, e depois de tantos comes e bebes é óbvio que a cama foi o meu destino para um pequeno descanso.
Agora, depois de levantar, ligar o computador, preparar massa para fazer pão para o lanche e começar a voltar à realidade deixei o pensamento flutuar e lembrei dos meus antecessores, meu avô JONES e meu pai ARMANDO, este ainda conosco na pujança mental de seus 88 anos.
Do avô as lembranças de cumplicidade nas bobagens que eu aprontava, embora problemas muito profundos o envolvessem e que só me foram dados a entender depois de muito tempo de vida. Era um avô na acepção da palavra, colo amigo, bolsos repletos de balas de leite ou chocolate comprados na PALMEIRA, em Belém do Pará,, que ele distribuía as mancheias.
No fim da tarde, a cadeira de balanço na porta da casa da Rua João Balbi, onde ele sentava acompanhado da vovó LEONOR, e da Dinda LEO para nos ver brincar e colocar a conversa em dia com os vizinhos. São estas as memórias que ficam de um avô, de sua bengala, de sua surdez e de seu carinho conosco.
Se maus tempos houveram há muito foram esquecidos, pois sua herança de vida determinou o caminho de todos que estavam sob sua responsabilidade.
Aí entra o meu pai, ARMANDO, Dr. ARMANDO, ARMANDÃO, austero, batalhador, estudioso, competente e sempre pronto para nos proteger, mesmo quando errávamos muito. Seus braços nos cercavam através dos braços da DALVINHA e em todos os momentos tínhamos a certeza que o amor materno vinha envolvido pela segurança da força paterna.
Hoje é dia dos pais, eu liguei para ele, conversamos e muito alegre me contou que havia mandado buscar queijos e frios na cervejaria para almoçar festivamente acompanhado de minha irmã Sônia (que foi encarregada de ir buscar o almoço) e de minha mãe que também estava muito faladoira.
Hoje é dia dos pais e eu estou pensando no meu pai, em tudo que me mostrou com seus exemplos, em tudo que não fiz par segui-los, é o mal dos filhos, achamos que os pais sempre exageram e hoje sinto em minhas filhas e em meus netos o que meu pai, com certeza. sentia em mim, quando não o ouvia.
Hoje é dia dos pais na realidade todos os dias são dia dos pais, das mães, dos avós, dos tios, dos irmãos, DA FAMÌLIA.
Hoje é dia dos pais e o repetir a frase aumenta a sensação de agradecimento, de carinho, de respeito e de amor, esta é a parte que adoça meu coração e me transporta para DEUS, pai de todos os pais, porque meu pai é, para mim, a substância divina, o eco da oração que não se perde jamais, a essência de tudo de bom que tenho dentro do meu ser.
Obrigado pai por ter me dado vida, aconchego, paz e bem estar.
Te amo

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Sheyla






Sheyla

Era branca que víamos os vasos sanguíneos, azuis, desenhados sob sua pele.
Outra flor chegava ao nosso jardim.
Buscar na memória nossas histórias de vida é árduo trabalho que ao se desenvolver fica prazeroso pela forma com que vemos o tempo que passou e como conseguimos construir vidas ao longo dele.
Mudamos de nossa cidade natal e Sheyla tinha pouco mais de um ano, foram dois dias de estrada com brincadeiras e arrumações para que tudo corresse bem até chegarmos ao nosso destino.
Na nova morada, cercados por amigos não foi difícil a adaptação e Sheylinha logo ficou famosa por sua irreverência e pelas frias em que nos metia, e não adiantavam as recomendações, bastava alguém dizer alguma coisa e ela nos colocava em “papos de aranha”.
Somada à irreverência ainda tinha o nariz em pé ficando zangada por qualquer coisinha que não fosse de seu agrado, nossa salvação estava na Conceição, o anjo da guarda dela que a cuidava e paparicava sendo muito querida e, quando nos deixou para se casar, Sheylinha foi convidada para levar as alianças, responsabilidade que assumiu totalmente não fosse, durante a cerimônia, o cansaço que a fez sentar no colo da noiva quando o padre fazia sua preleção.
Ela adora festas, até hoje, e um belo dia para entrar em uma reunião que havia na casa de nossos vizinhos pegou um colar da mãe, embrulhou e levou como presente para a aniversariante que percebendo a arte, esperou Ana Célia chegar e devolveu a peça confirmando que era artimanha de Sheyla para se empanturrar de doces.
De outra feita estávamos em casa quando resolvi acender a churrasqueira, Ana Célia estava cansada e me disse que não o fizesse pois logo teríamos os amigos em volta e ela não estava disposta a preparar complementos e outros quetais para atender a demanda. Eu disse que não se preocupasse pois manteria a porta da garagem fechada o que não adiantou muito pois logo começaram a chegar os amigos, Reinaldo, Ruy, Afonso e foi quando ele chegou que ela estava na garagem, não deu outra, abriu a boca e soltou “bem que a mamãe falou que a casa ia encher de gente”.
Participou dos "Colibris", grupo de patinadores da AABB de Brasília, fez curso para manequim e fez amigas, um grupo que até hoje se reúne e que é muito unido, até os filhos são quase da mesma idade.
Escrever sobre filhas é complicado porque o assunto é muito grande o que resultaria em livro de vários capítulos e não é esta a intenção. Lembrar para saudar, para agradecer, para fazê-las sentir a importância que cada uma tem em nossas vidas.
Sheylinha nos presenteou um casal de netos (gêmeos), que enfeitam, este termo é mal colocado, o certo seria, bagunçam, a casa dela e nossa de uma forma tão rápida e dinâmica que só se consegue por ordem quando se vão e aí, copiando de alguma leitura, “fica uma saudade cansada”.
São adoráveis. Obrigado filha.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Christine





Foi a primeira das nossas flores, ainda éramos despreparados e o Chefe nos colocou nos braços uma criança linda, rechonchuda e muito querida.
Pesava em nós a tenra idade e a grande responsabilidade mais expandia-se o amor.
É filha! Às vezes pisamos na bola sem sentir, sem querer mesmo, e estes escorregões marcam nossas vidas pela eternidade, e você nos ajudou muito nas levantadas, sua alegria e a facilidade com que aprendia nos fazia ver o mundo sob outro prisma.
Às vezes é difícil escrever sobre estas épocas onde grandes terremotos sacudiram a estrutura da família e, graças ao alicerce mais forte que tínhamos (Ana Célia), nos levantávamos e partíamos para outra etapa.
Lembra o trabalho que você deu porque não queria ficar sozinha na escola?
Lembra quando começou no Moderno?
Os desfiles no dia da raça, as festas espetaculares que a escola promovia anualmente.
Todos estes momentos estão gravados em minha memória, são tantos que talvez eu erre na cronologia mas não erro na sensação de paz que, ao revolvê-las do fundo do arquivo, me trazem.
As festas que íamos, você sempre gostou de dançar, puxou à mãe pelo gosto e a mim pelos exageros das performances.
Depois mudamos de cidade, de amigos, de escolas e aprendemos novas maneiras de encarar a vida e a família.
Você gostava de cantar, lembra que fazia parte do coral?
Um dia eu estava ouvindo música e você chegou com uma colega, sentaram atrás de mim e eu coloquei um disco antigo do Agostinho dos Santos onde havia a interpretação de “Balada do Homem se Deus”, quando me dei conta, ao olhar para trás, as duas estavam com lágrimas nos olhos, lembra?
Essa é a minha Chris, sensibilidade a toda prova, amor incondicional e tão espaçoso que quer abraçar a todos em sua volta e, como não consegue, se desespera.
Calma filha, a caminhada é longa, tortuosa, às vezes escura e pedregosa mas são estas curvas, estas pedras e principalmente a distância que nos trazem a paciência, a perseverança e a força que precisamos para chegar ao fim do caminho.

Caminhar
Horas e horas a fio
Rodopiando imagens,
Interagindo ações.
O pensamento é:
Turbilhão que desagrega,
Interfere e desestrutura
Na ânsia desesperada
E incansável de amar

Jones

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Começando a Lembrar



COMEÇANDO A LEMBRAR


Estou começando a buscar na memória os fatos alegres e marcantes de minha vida.
Da família, enorme por sinal, que envolve os Hesketh, os Porto de Oliveira, os Martins, e os Meira, isto só para lembrar os de minha infância na terra de origem. Das brincadeiras, do carinho dos mais velhos, da importância que eles davam em manter os mais jovens afastados dos problemas familiares afim de que tivessem vida mais alegre e amena.
Minhas lembranças começam ainda muito pequeno 5 ou 6 anos DE IDADE em uma casa na Av. Braz de Aguiar, em Belém, onde morávamos vovô Jones, vovó Leonor, Armandão(meu pai), Dalvinha(minha mãe), tio Paulo, tia Maria Leonor(minha madrinha) e tio Tito.
O fogão era a lenha, o corredor muito longo e cheio de janelas para arejar a casa e manter frescor no ambiente de 33º de Belém, era simples mas passei bons momentos ali.
Tia Maria Leonor, quando ainda na casa, casou-se com o José Marcelino e teve a Maria do Carmo e a Maria Regina, primas muito queridas que vejo esporadicamente, sempre em um jantar, antes ou depois de uma peça de teatro.
Tio Paulo casou com tia Celina e, começando a carreira na Aeronáutica andou pelo Brasil e nesta idade me perco um pouco lembro dele já com 8 ou 9 anos morando primeiro nas casas do Parque da Aeronáutica depois na própria Base Aérea de Belém, e foi nesta casa, se a memória não tropeça, meu primo Paulinho tomou gasolina pensando que fosse guaraná; é que naquela época, para encerar o chão usava-se gasolina para tirar a cera antiga e poder passar a nova camada, minha tia Celina colocou-a em uma garrafa de guaraná e a esqueceu sobre a mesa da sala, não deu outra, Paulinho pegou a garrafa e deus uns dois bons goles antes de sentir tudo queimar e ser socorrido.
Tive bons momentos na casa de Tio Alfredo e Tia Albertina, um chalet todo de ferro no meio de um terreno, na Av. Generalíssimo Deodoro e que hoje está exposto no Bosque Rodrigues Alves.
Eles tinham um cachorrão chamado Rex e um dia, após muita insistência minha, meu pai deixou que desse minha primeira andada de ônibus, sozinho. Eu peguei um da linha Circular que dava a volta completa e me deixaria em casa só que, ao passar perto da casa de Tio Alfredo, como criança que era, desobedeci e saltei para brincar com meus primos, Albano e Alberto; tudo estava correndo muito bem até que resolvemos brincar de correr em volta da casa e o Rex, achando que eu estava perseguindo os meninos me deu uma bela dentada na bunda que foi logo tratada por tia Albertina, com mercúrio cromo e esparadrapo (band-aid nem pensar).
Ao retornar para casa ainda levei um estalo do Armandão pois estavam preocupados com minha demora e para piorar viram a marca de sangue nas minhas calças.
São muitas lembranças e muitas saudades.
Vou ver se consigo, aos poucos escrever sobre todos os que fazem parte de minha vida, mesmo os que já se foram pois deixaram em mim o alicerce que me sustenta até hoje.

Jones Hesketh Neto

sábado, 5 de julho de 2008

Maria Eduarda e Marcello Augusto



Brasília, 13 de maio de 2005

Maria Eduarda e Marcelo,


Queridos netos, vê-los através de ecografias me dava a sensação de poder abraçá-los, acarinhá-los, confortá-los.
Furar as paredes de seu quarto para colocar quadros e sacolas me mostrava o quão perto vocês já estavam de nós.
Ouvir Sheylinha conversando com vocês me trazia para perto como se já estivessem conosco e não protegidos pela barriga de sua mãe.
Sabem, um dia, vocês lerão esta e as outras cartas escritas para consagrar o dia do chá de fraldas e, com isto lembrarão de nós e nos conhecerão um pouco mais.
Falar de amor, carinho, compreensão e família faz parte da criação, da formação e da própria existência de todos nós.
Sintam-se sempre amados, sintam-se sempre bem vindos; momentos haverão em que isto parecerá difícil mas, estes momentos mostrarão mais ainda o quanto o amor preva-lece sobre toda e qualquer atitude.
Nossos braços estarão sempre prontos para aconchegá-los e nossos pensamentos estarão sempre voltados para ensiná-los.
Nós amamos vocês

Sejam benvindos.

Jones Hesketh Neto.
Vô, vovô, bôba (como chama a Paulinha querida) e qualquer outra forma que queiram

Luiza e Paula


Luiza e Paula,

Meus pais e os de Ana Célia formaram o núcleo familiar de onde brotou a minha família e, no momento em que nossas filhas começaram a chegar o nosso núcleo foi sedimentando, fortalecendo e separando do inicial para ter características próprias. Quando vocês vieram houve um fortalecimento tão grande em nós que a alegria e o amor assim gerados nos fortaleceram de forma marcante e indelével.
Vocês são a nossa essência de vida !
Vocês são a nossa certeza de continuidade.
Netas, doce palavra que para mim não significa envelhecer e sim crescer e mostrar a Deus que demos continuidade a sua obra.
Daqui a pouco estarão formando seu próprio núcleo familiar e espero que sintam a mesma felicidade que temos quando chegarem aos filhos e aos netos.

Beijos

Ana Célia


Um dia, em uma festa, conheci Ana Célia e por tudo que vivemos juntos merece cada poesia de amor e agradecimento que eu possa produzir, emitir, compor, gritar, cantar.
Achei no meio das lembranças um cartão que fiz para seu aniversário.

AMOR,

QUERIA ESCREVER UMA POESIA!
COMO ?
ATRAVÉS DE RIMAS POBRES OU RICAS.
EU DIRIA TE AMO, ÉS MINHA QUERIDA.
MAS A MÉTRICA E OS VERSOS, FOGEM.
O PENSAMENTO VAGUEIA E EXPLODE.
AS PALAVRAS FERVILHAM,
OS SENTIMENTOS EMBARALHAM.
ALEGRIA, AMOR, PAZ, FELICIDADE
ESTE É O MEU EU TRADUZIDO EM TI.

AMAR-TE
NÃO É SÓ TER-TE.
AMAR-TE

COMO SINTO E FAÇO
É,
LEVAR-TE NO CORAÇÃO
IMPREGNANDO O SER,
ARMAZENANDO A EMOÇÃO

E SE MÚSICA HOUVESSE
PARA ACOMPANHAR MEUS VERSOS
VALSAS, BOLEROS OU MESMO UM FORRÓ
EU ESTARIA PLENO DE FELICIDADE
POIS NUNCA ESTARIA SÓ.

FELIZ ANIVERSÁRIO.
QUE O SORRISO QUE BROTOU AO LERES
O QUE ESCREVI, SEJA A LUZ DE TODOS
OS TEUS DIAS.

TE AMO.

domingo, 15 de junho de 2008

Nheta


Lembrança de Antonietta Cruz (Esposa, mãe, avó e poetisa)


Antonietta (NHETA)
Um dia conheci uma avó que tinha o dom de fazer com que cada um de seus netos se sentisse o mais amado de todos e eu acabei conseguindo uma vaga em tão iluminado oração.
Um dia ela se foi, apagou, como uma vela que perde sua cera e lentamente diminui sua chama.
A chama daquela avó se apagou mas a luz de seu amor permaneceu em minha lembrança como algo imperdível, uma marca que serve de alento, consolo, fortaleza e luz.

NHETA

Amor, pureza, carinho,
Você.
Música, suave e cálida,
Você.
Saudade, sentida e triste de
Você.
Caminhos separados eu e
Você.
No tato, na visão, nos sentidos.
No sentimento?
Rogo p’ra que não.
Te tenho no coração,
Pureza maior que conheci.
Criança velha,
Velhice no corpo cansado.
De trabalhar, de sofrer, de amar.
Criança no espírito,
Nos sentimentos.
No que me representas.
Versos soltos,
Versos loucos.
Quem de nós não é um pouco?
Loucura da saudade que tenho de
Você.
Daquelas músicas que ouvia com
Você.
Nheta
Em mim está sempre,
VOCÊ

Se cada lembrança de nossas vidas tivesse a doçura de um amor como o desta avó, nossas vidas seriam macias como os lábios que beijam impulsionados pelo carinho.


JONES HESKETH NETO

sábado, 14 de junho de 2008

Devaneios

DEVANEIOS

Lembranças do passado
Devaneios juvenis
Irreais quase infantis.
E hoje, se muito falar
Serão lembranças senis.

Estou velho ?
Passado?
Idoso ?
Acabado ?
Doído ?

O tempo passa,
Eu passo
A Vida passa

As lembranças ficam,
Se somam,
Se agregam
Me elevam
Me fortalecem
Imperam dentro de mim

E juntas formam meu Eu
Meu sem fim
Meu eterno

São minhas
São ternas
São companheiras
São desordeiras
Me equilbram
Me desequilibram
Me confortam
Me entristecem
Me alegram
Nunca se desvanecem

Achei minha vida
Achei minha forma
Eu sou lembranças

Jones Hesketh

Resposta do Paraense

Remover formatação da seleção


Resposta do Paraense


Recebi de Paola, filha do coração, uma poesia de João de Jesus Paes Loureiro, velho conhecido de minhas terras paraenses, que reproduzo lá no final depois de minha resposta, não a altura do ilustre poeta mas plena de sentimentos, como os dele, pela terra natal.
A saudade produzida pela leitura me transportou a lugares felizes, a momentos queridos e gravados na memória, a amigos que permanecem impregnados no meu ser porque são parte de tudo que sou, amigos que a muito não vejo mas estão arquivados na pasta “carinho”, na gaveta primeira dos recônditos cerebrais.
Foi com estas memórias, atiçadas pelo ilustre poeta que respondi:

Esse lugar é o meu coração
que chora a cada lembrança
pois cada uma é pura emoção

Este lugar é meu corpo que treme, trepida e geme
com as memórias gravadas,
sobre o amor
sobre o gene
e sobre a dor

A dor de ter saído
A dor de ter deixado
A dor de ainda tentar
Viver
Crescer
Produzir
Sem o Tacacá, o tucupi,
a maniçoba e o Açaí.

A dor de não ter os amigos,
A Cerpa,
A Confeitaria Americana,
O Restaurante Avenida,
O Palácio dos Bares,
O Patesco e seus inscríveis
Carangueijos.

Noite Quente
Saudade que morde a gente.
O Papo nas esquinas,
Na Batista Campos
No Grande Hotel
E no Mosqueiro o Chapéu.
Qual? O Virado
Que era point como o do Farol.

É !
Saudade dói
consome e corrói.
Longe estamos, longe ficaremos
e a saudade não quer que
a abandonemos

Jones Hesketh Neto




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Aos paraenses, de fato e de coração!
A poesia é do João de Jesus Paes Loureiro.
beijo, Paola



Que lugar é esse?

Em que todos os papagaios voam,
uns de pena outros de papel de seda colorido,

Em que como já disse o poeta rios são ruas...
Avenidas talvez... e que outro poeta tão belamente acrescentou
donde "um curumim assiste da canoa um Boeing riscando o vazio".

Que lugar é esse?
Onde égua e pai d'égua são muito mais do que eqüinos
Onde apesar do calor de trinta e poucos graus
nos deliciamos com uma iguaria, chamada tacacá,
servida fumegante pelas esquinas da cidade.

Que lugar é esse?
Em que a coca - cola divide espaço com cupuaçus,
bacuris, taperebás e outros sucos de exóticos sabores
em que o açaí dito energético pelo Brasil inteiro
nos faz desfalecer em uma preguiçosa sesta.
Que lugar é esse?
Em que do alto de modernos prédios podemos vislumbrar
antigas construções, túneis de mangueiras e matas fechadas.
onde podemos sentir o cheiro da chuva
que antes tinha hora certa, mas que sempre chega e apesar de ter perdido a
pontualidade, continua charmosissima.

Que lugar é esse?
Onde o maior dos engarrafamentos dura apenas 30 minutinhos,
Onde podemos saír sozinhos na certeza de que encontraremos um amigo.
Seja no charmosíssimo Bar do Parque,
na bela Doca de Souza Franco ou
em uma das belíssimas pracas,
onde as criancas não pulam Amarelinha,
mas preferem pular Macaca.

Que lugar é esse?
Onde o longe fica a apenas 50 minutos de distância
O aipim é macaxeira, a maniçoba é uma espécie de
feijoada muuuuuito especial.
E a Estacão das Docas e o Ver-o-rio são motivos de orgulho.

Que lugar é esse?
Que faz o mês de outubro ser tão especial quanto dezembro
por conta de uma pequena imagem.
que nos faz chorar por mover milhões, homens e mulheres,
de raças, idades e credos diferentes.
E que tem em comum apenas um enorme sentimento de esperança.

É esse lugar, tão peculiar, que nos orgulha de sermos o que somos.
Essa mistura de raças, sons, cores e sabores.
Afinal orientais, europeus, negros e índios aqui se encontraram
e com uma pitada de pimenta de cheiro,
pripioca, patichouli e um encantamento amazônico.
Aqui estamos nós:
Um povo alegre, caloroso e hospitaleiro.
E muito feliz de ser definitivamente Paraense!!!