COMEÇANDO A LEMBRAR
Estou começando a buscar na memória os fatos alegres e marcantes de minha vida.
Da família, enorme por sinal, que envolve os Hesketh, os Porto de Oliveira, os Martins, e os Meira, isto só para lembrar os de minha infância na terra de origem. Das brincadeiras, do carinho dos mais velhos, da importância que eles davam em manter os mais jovens afastados dos problemas familiares afim de que tivessem vida mais alegre e amena.
Minhas lembranças começam ainda muito pequeno 5 ou 6 anos DE IDADE em uma casa na Av. Braz de Aguiar, em Belém, onde morávamos vovô Jones, vovó Leonor, Armandão(meu pai), Dalvinha(minha mãe), tio Paulo, tia Maria Leonor(minha madrinha) e tio Tito.
O fogão era a lenha, o corredor muito longo e cheio de janelas para arejar a casa e manter frescor no ambiente de 33º de Belém, era simples mas passei bons momentos ali.
Tia Maria Leonor, quando ainda na casa, casou-se com o José Marcelino e teve a Maria do Carmo e a Maria Regina, primas muito queridas que vejo esporadicamente, sempre em um jantar, antes ou depois de uma peça de teatro.
Tio Paulo casou com tia Celina e, começando a carreira na Aeronáutica andou pelo Brasil e nesta idade me perco um pouco lembro dele já com 8 ou 9 anos morando primeiro nas casas do Parque da Aeronáutica depois na própria Base Aérea de Belém, e foi nesta casa, se a memória não tropeça, meu primo Paulinho tomou gasolina pensando que fosse guaraná; é que naquela época, para encerar o chão usava-se gasolina para tirar a cera antiga e poder passar a nova camada, minha tia Celina colocou-a em uma garrafa de guaraná e a esqueceu sobre a mesa da sala, não deu outra, Paulinho pegou a garrafa e deus uns dois bons goles antes de sentir tudo queimar e ser socorrido.
Tive bons momentos na casa de Tio Alfredo e Tia Albertina, um chalet todo de ferro no meio de um terreno, na Av. Generalíssimo Deodoro e que hoje está exposto no Bosque Rodrigues Alves.
Eles tinham um cachorrão chamado Rex e um dia, após muita insistência minha, meu pai deixou que desse minha primeira andada de ônibus, sozinho. Eu peguei um da linha Circular que dava a volta completa e me deixaria em casa só que, ao passar perto da casa de Tio Alfredo, como criança que era, desobedeci e saltei para brincar com meus primos, Albano e Alberto; tudo estava correndo muito bem até que resolvemos brincar de correr em volta da casa e o Rex, achando que eu estava perseguindo os meninos me deu uma bela dentada na bunda que foi logo tratada por tia Albertina, com mercúrio cromo e esparadrapo (band-aid nem pensar).
Ao retornar para casa ainda levei um estalo do Armandão pois estavam preocupados com minha demora e para piorar viram a marca de sangue nas minhas calças.
São muitas lembranças e muitas saudades.
Vou ver se consigo, aos poucos escrever sobre todos os que fazem parte de minha vida, mesmo os que já se foram pois deixaram em mim o alicerce que me sustenta até hoje.
Jones Hesketh Neto