sábado, 14 de junho de 2008

Resposta do Paraense

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Resposta do Paraense


Recebi de Paola, filha do coração, uma poesia de João de Jesus Paes Loureiro, velho conhecido de minhas terras paraenses, que reproduzo lá no final depois de minha resposta, não a altura do ilustre poeta mas plena de sentimentos, como os dele, pela terra natal.
A saudade produzida pela leitura me transportou a lugares felizes, a momentos queridos e gravados na memória, a amigos que permanecem impregnados no meu ser porque são parte de tudo que sou, amigos que a muito não vejo mas estão arquivados na pasta “carinho”, na gaveta primeira dos recônditos cerebrais.
Foi com estas memórias, atiçadas pelo ilustre poeta que respondi:

Esse lugar é o meu coração
que chora a cada lembrança
pois cada uma é pura emoção

Este lugar é meu corpo que treme, trepida e geme
com as memórias gravadas,
sobre o amor
sobre o gene
e sobre a dor

A dor de ter saído
A dor de ter deixado
A dor de ainda tentar
Viver
Crescer
Produzir
Sem o Tacacá, o tucupi,
a maniçoba e o Açaí.

A dor de não ter os amigos,
A Cerpa,
A Confeitaria Americana,
O Restaurante Avenida,
O Palácio dos Bares,
O Patesco e seus inscríveis
Carangueijos.

Noite Quente
Saudade que morde a gente.
O Papo nas esquinas,
Na Batista Campos
No Grande Hotel
E no Mosqueiro o Chapéu.
Qual? O Virado
Que era point como o do Farol.

É !
Saudade dói
consome e corrói.
Longe estamos, longe ficaremos
e a saudade não quer que
a abandonemos

Jones Hesketh Neto




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Aos paraenses, de fato e de coração!
A poesia é do João de Jesus Paes Loureiro.
beijo, Paola



Que lugar é esse?

Em que todos os papagaios voam,
uns de pena outros de papel de seda colorido,

Em que como já disse o poeta rios são ruas...
Avenidas talvez... e que outro poeta tão belamente acrescentou
donde "um curumim assiste da canoa um Boeing riscando o vazio".

Que lugar é esse?
Onde égua e pai d'égua são muito mais do que eqüinos
Onde apesar do calor de trinta e poucos graus
nos deliciamos com uma iguaria, chamada tacacá,
servida fumegante pelas esquinas da cidade.

Que lugar é esse?
Em que a coca - cola divide espaço com cupuaçus,
bacuris, taperebás e outros sucos de exóticos sabores
em que o açaí dito energético pelo Brasil inteiro
nos faz desfalecer em uma preguiçosa sesta.
Que lugar é esse?
Em que do alto de modernos prédios podemos vislumbrar
antigas construções, túneis de mangueiras e matas fechadas.
onde podemos sentir o cheiro da chuva
que antes tinha hora certa, mas que sempre chega e apesar de ter perdido a
pontualidade, continua charmosissima.

Que lugar é esse?
Onde o maior dos engarrafamentos dura apenas 30 minutinhos,
Onde podemos saír sozinhos na certeza de que encontraremos um amigo.
Seja no charmosíssimo Bar do Parque,
na bela Doca de Souza Franco ou
em uma das belíssimas pracas,
onde as criancas não pulam Amarelinha,
mas preferem pular Macaca.

Que lugar é esse?
Onde o longe fica a apenas 50 minutos de distância
O aipim é macaxeira, a maniçoba é uma espécie de
feijoada muuuuuito especial.
E a Estacão das Docas e o Ver-o-rio são motivos de orgulho.

Que lugar é esse?
Que faz o mês de outubro ser tão especial quanto dezembro
por conta de uma pequena imagem.
que nos faz chorar por mover milhões, homens e mulheres,
de raças, idades e credos diferentes.
E que tem em comum apenas um enorme sentimento de esperança.

É esse lugar, tão peculiar, que nos orgulha de sermos o que somos.
Essa mistura de raças, sons, cores e sabores.
Afinal orientais, europeus, negros e índios aqui se encontraram
e com uma pitada de pimenta de cheiro,
pripioca, patichouli e um encantamento amazônico.
Aqui estamos nós:
Um povo alegre, caloroso e hospitaleiro.
E muito feliz de ser definitivamente Paraense!!!

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