quarta-feira, 16 de julho de 2008

Christine





Foi a primeira das nossas flores, ainda éramos despreparados e o Chefe nos colocou nos braços uma criança linda, rechonchuda e muito querida.
Pesava em nós a tenra idade e a grande responsabilidade mais expandia-se o amor.
É filha! Às vezes pisamos na bola sem sentir, sem querer mesmo, e estes escorregões marcam nossas vidas pela eternidade, e você nos ajudou muito nas levantadas, sua alegria e a facilidade com que aprendia nos fazia ver o mundo sob outro prisma.
Às vezes é difícil escrever sobre estas épocas onde grandes terremotos sacudiram a estrutura da família e, graças ao alicerce mais forte que tínhamos (Ana Célia), nos levantávamos e partíamos para outra etapa.
Lembra o trabalho que você deu porque não queria ficar sozinha na escola?
Lembra quando começou no Moderno?
Os desfiles no dia da raça, as festas espetaculares que a escola promovia anualmente.
Todos estes momentos estão gravados em minha memória, são tantos que talvez eu erre na cronologia mas não erro na sensação de paz que, ao revolvê-las do fundo do arquivo, me trazem.
As festas que íamos, você sempre gostou de dançar, puxou à mãe pelo gosto e a mim pelos exageros das performances.
Depois mudamos de cidade, de amigos, de escolas e aprendemos novas maneiras de encarar a vida e a família.
Você gostava de cantar, lembra que fazia parte do coral?
Um dia eu estava ouvindo música e você chegou com uma colega, sentaram atrás de mim e eu coloquei um disco antigo do Agostinho dos Santos onde havia a interpretação de “Balada do Homem se Deus”, quando me dei conta, ao olhar para trás, as duas estavam com lágrimas nos olhos, lembra?
Essa é a minha Chris, sensibilidade a toda prova, amor incondicional e tão espaçoso que quer abraçar a todos em sua volta e, como não consegue, se desespera.
Calma filha, a caminhada é longa, tortuosa, às vezes escura e pedregosa mas são estas curvas, estas pedras e principalmente a distância que nos trazem a paciência, a perseverança e a força que precisamos para chegar ao fim do caminho.

Caminhar
Horas e horas a fio
Rodopiando imagens,
Interagindo ações.
O pensamento é:
Turbilhão que desagrega,
Interfere e desestrutura
Na ânsia desesperada
E incansável de amar

Jones

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Começando a Lembrar



COMEÇANDO A LEMBRAR


Estou começando a buscar na memória os fatos alegres e marcantes de minha vida.
Da família, enorme por sinal, que envolve os Hesketh, os Porto de Oliveira, os Martins, e os Meira, isto só para lembrar os de minha infância na terra de origem. Das brincadeiras, do carinho dos mais velhos, da importância que eles davam em manter os mais jovens afastados dos problemas familiares afim de que tivessem vida mais alegre e amena.
Minhas lembranças começam ainda muito pequeno 5 ou 6 anos DE IDADE em uma casa na Av. Braz de Aguiar, em Belém, onde morávamos vovô Jones, vovó Leonor, Armandão(meu pai), Dalvinha(minha mãe), tio Paulo, tia Maria Leonor(minha madrinha) e tio Tito.
O fogão era a lenha, o corredor muito longo e cheio de janelas para arejar a casa e manter frescor no ambiente de 33º de Belém, era simples mas passei bons momentos ali.
Tia Maria Leonor, quando ainda na casa, casou-se com o José Marcelino e teve a Maria do Carmo e a Maria Regina, primas muito queridas que vejo esporadicamente, sempre em um jantar, antes ou depois de uma peça de teatro.
Tio Paulo casou com tia Celina e, começando a carreira na Aeronáutica andou pelo Brasil e nesta idade me perco um pouco lembro dele já com 8 ou 9 anos morando primeiro nas casas do Parque da Aeronáutica depois na própria Base Aérea de Belém, e foi nesta casa, se a memória não tropeça, meu primo Paulinho tomou gasolina pensando que fosse guaraná; é que naquela época, para encerar o chão usava-se gasolina para tirar a cera antiga e poder passar a nova camada, minha tia Celina colocou-a em uma garrafa de guaraná e a esqueceu sobre a mesa da sala, não deu outra, Paulinho pegou a garrafa e deus uns dois bons goles antes de sentir tudo queimar e ser socorrido.
Tive bons momentos na casa de Tio Alfredo e Tia Albertina, um chalet todo de ferro no meio de um terreno, na Av. Generalíssimo Deodoro e que hoje está exposto no Bosque Rodrigues Alves.
Eles tinham um cachorrão chamado Rex e um dia, após muita insistência minha, meu pai deixou que desse minha primeira andada de ônibus, sozinho. Eu peguei um da linha Circular que dava a volta completa e me deixaria em casa só que, ao passar perto da casa de Tio Alfredo, como criança que era, desobedeci e saltei para brincar com meus primos, Albano e Alberto; tudo estava correndo muito bem até que resolvemos brincar de correr em volta da casa e o Rex, achando que eu estava perseguindo os meninos me deu uma bela dentada na bunda que foi logo tratada por tia Albertina, com mercúrio cromo e esparadrapo (band-aid nem pensar).
Ao retornar para casa ainda levei um estalo do Armandão pois estavam preocupados com minha demora e para piorar viram a marca de sangue nas minhas calças.
São muitas lembranças e muitas saudades.
Vou ver se consigo, aos poucos escrever sobre todos os que fazem parte de minha vida, mesmo os que já se foram pois deixaram em mim o alicerce que me sustenta até hoje.

Jones Hesketh Neto

sábado, 5 de julho de 2008

Maria Eduarda e Marcello Augusto



Brasília, 13 de maio de 2005

Maria Eduarda e Marcelo,


Queridos netos, vê-los através de ecografias me dava a sensação de poder abraçá-los, acarinhá-los, confortá-los.
Furar as paredes de seu quarto para colocar quadros e sacolas me mostrava o quão perto vocês já estavam de nós.
Ouvir Sheylinha conversando com vocês me trazia para perto como se já estivessem conosco e não protegidos pela barriga de sua mãe.
Sabem, um dia, vocês lerão esta e as outras cartas escritas para consagrar o dia do chá de fraldas e, com isto lembrarão de nós e nos conhecerão um pouco mais.
Falar de amor, carinho, compreensão e família faz parte da criação, da formação e da própria existência de todos nós.
Sintam-se sempre amados, sintam-se sempre bem vindos; momentos haverão em que isto parecerá difícil mas, estes momentos mostrarão mais ainda o quanto o amor preva-lece sobre toda e qualquer atitude.
Nossos braços estarão sempre prontos para aconchegá-los e nossos pensamentos estarão sempre voltados para ensiná-los.
Nós amamos vocês

Sejam benvindos.

Jones Hesketh Neto.
Vô, vovô, bôba (como chama a Paulinha querida) e qualquer outra forma que queiram

Luiza e Paula


Luiza e Paula,

Meus pais e os de Ana Célia formaram o núcleo familiar de onde brotou a minha família e, no momento em que nossas filhas começaram a chegar o nosso núcleo foi sedimentando, fortalecendo e separando do inicial para ter características próprias. Quando vocês vieram houve um fortalecimento tão grande em nós que a alegria e o amor assim gerados nos fortaleceram de forma marcante e indelével.
Vocês são a nossa essência de vida !
Vocês são a nossa certeza de continuidade.
Netas, doce palavra que para mim não significa envelhecer e sim crescer e mostrar a Deus que demos continuidade a sua obra.
Daqui a pouco estarão formando seu próprio núcleo familiar e espero que sintam a mesma felicidade que temos quando chegarem aos filhos e aos netos.

Beijos

Ana Célia


Um dia, em uma festa, conheci Ana Célia e por tudo que vivemos juntos merece cada poesia de amor e agradecimento que eu possa produzir, emitir, compor, gritar, cantar.
Achei no meio das lembranças um cartão que fiz para seu aniversário.

AMOR,

QUERIA ESCREVER UMA POESIA!
COMO ?
ATRAVÉS DE RIMAS POBRES OU RICAS.
EU DIRIA TE AMO, ÉS MINHA QUERIDA.
MAS A MÉTRICA E OS VERSOS, FOGEM.
O PENSAMENTO VAGUEIA E EXPLODE.
AS PALAVRAS FERVILHAM,
OS SENTIMENTOS EMBARALHAM.
ALEGRIA, AMOR, PAZ, FELICIDADE
ESTE É O MEU EU TRADUZIDO EM TI.

AMAR-TE
NÃO É SÓ TER-TE.
AMAR-TE

COMO SINTO E FAÇO
É,
LEVAR-TE NO CORAÇÃO
IMPREGNANDO O SER,
ARMAZENANDO A EMOÇÃO

E SE MÚSICA HOUVESSE
PARA ACOMPANHAR MEUS VERSOS
VALSAS, BOLEROS OU MESMO UM FORRÓ
EU ESTARIA PLENO DE FELICIDADE
POIS NUNCA ESTARIA SÓ.

FELIZ ANIVERSÁRIO.
QUE O SORRISO QUE BROTOU AO LERES
O QUE ESCREVI, SEJA A LUZ DE TODOS
OS TEUS DIAS.

TE AMO.